O Bitcoin ultrapassou a marca dos 100 mil dólares nesta semana, atingindo 104 mil antes de se estabilizar em torno de 103 mil dólares, impulsionado por expectativas positivas de negociações comerciais entre EUA e China. No entanto, analistas destacam que a verdadeira força motriz está na expansão da liquidez global, medida pelo M2, que já superou 111 trilhões de dólares.
Julien Bittel, do Global Macro Investor, ressalta uma forte correlação entre o avanço do M2 global e os movimentos do Bitcoin, indicando que o criptoativo costuma acompanhar a alta da liquidez com cerca de 12 semanas de atraso. Analisando o período de 2023 a 2024, o M2 subiu de 98 para mais de 108 trilhões de dólares, seguido pelo rompimento do BTC acima de 100 mil. Em momentos de consolidação ou queda da liquidez, como no meio de 2024, o Bitcoin também apresentou retração.
Contudo, nem todos concordam com essa tese. Benjamin Cowen contrapõe que há casos históricos em que o Bitcoin antecedeu os movimentos do M2, sugerindo que o BTC pode ser, por vezes, um sinalizador antecipado da liquidez futura. Ele relembra o impacto da quebra da FTX em 2022 e destaca a complexidade do relacionamento entre liquidez e preço.
No cenário mais amplo, Raoul Pal e Michael Howell reforçam que aumentos prolongados no M2 tendem a favorecer ativos de risco, incluindo criptomoedas, e preveem que este ciclo de liquidez pode persistir até meados de 2026, elevando potencialmente os preços do Bitcoin. A principal recomendação é acompanhar os ciclos macroeconômicos globais, pois a eventual reversão da liquidez pode trazer volatilidade significativa ao mercado cripto.